WWW.GELEDES.ORG.BR/COLETOR-MENSTRUAL

06/06/2016 20:39

 

Você já imaginou que a menstruação pode atrapalhar mulheres e garotas de frequentarem a escola e trabalharem? E eu não estou dizendo isso por causa dos sintomas tradicionais que acompanham esse ciclo mensal como cólica, dor de cabeça e enjoo. Mas sim por conta da falta de condição dessas mães, mulheres e famílias de comprarem absorventes para elas mesmas ou suas filhas, impossibilitando-as de saírem de casa todo mês por, em média, uma semana.
POR MARINA COLERATO, do Mode Fica
Pode parecer loucura para nós, porém essa é a realidade de milhares de mulheres ao redor do mundo, que não só sofrem com o afastamento da sociedade durante o ciclo menstrual, como também com estigmas e tabus socioculturais e riscos à saúde. Um absorvente, coletor menstrual ou tampão interno pode, de fato, mudar a vida dessas mulheres.
Em Mathare, absorventes e produtos de higiene pessoal são caros e fora do alcance financeiro da maioria das famílias. No Quénia, um pacote de absorventes higiênicos custa aproximadamente 50KSH (cerca de R$ 3,90), o que significa metade do salário diário dos trabalhadores de base.
Sendo assim, absorventes são “itens de luxo” e as meninas, na tentativa de se manterem mais tempo possível na escola – em média, a cada três anos são 8 meses perdidos de estudos devido à menstruação, segundo a estimativa do Days For Girls -, usam, no lugar de absorventes, trapos e jornal, ou até mesmo lama e casca de árvores. Métodos ineficazes e desconfortáveis, mas pior do que isso, que ocasionam infecções genitais e doenças.
Pensando em sanar esse problema, uma variedade de organizações sociais estão levando absorventes reutilizáveis para as mulheres que mais precisam deles, porém uma solução ainda melhor foi encontrada: coletores menstruais. Os coletores menstruais são uma forma higiênica, econômica e sustentável de fornecer total liberdade para as mulheres e garotas nessas comunidades. Eles duram 10 anos, são fáceis de serem higienizados e podem ficar no corpo por até 12 horas seguidas.
A organização canadense Femme International trabalha através de educação e distribuição, em um programa destinado a meninas do ensino fundamental em escolas do Quénia e da Tanzania. Através de workshops, a organização ensina as meninas sobre reprodução feminina, ciclo menstrual e como usar o kit Femme. Depois de passar por esse ciclo informativo, as participantes recebem o kit com um coletor menstrual (ou absorventes reutilizáveis, conforme preferirem), um bowl, um espelho, um sabonete e uma toalha.
Apesar dos coletores menstruais ainda não serem muito populares nem nos países desenvolvidos, existem empresas empenhadas em aumentar seu alcance, como é o caso da Ruby Cup. Além do apelo eco-friendly (quantos absorventes usamos e descartamos em 10 anos?), vegan (não há absorventes populares que não sejam testados em animais) e do custo-benefício, os coletores Ruby Cup têm apelo social. “Cada vez que um coletor é vendido para uma mulher no Canadá ou em qualquer outro país através do nosso e-shop, nós doamos um coletor para um dos nossos parceiros, como o Femme International, que ajudam a distribuir esses coletores nas comunidades onde trabalham”, explica Maxie Matthiessen, co-fundadora do Ruby Cup.
Em um primeiro momento, um absorvente ou coletor menstrual pode não parecer tão essencial e até mesmo empoderador, mas conforme vamos descobrindo como seu uso (ou sua ausência) pode transformar a vida de milhares de mulheres ao redor do mundo, vemos o quanto ele é essencial para que a menstruação não seja mais uma barreira de gênero entre tantas que as mulheres já têm que enfrentar diariamente.
Uma pesquisa da organização Days For Girls mostrou que garotas que têm acesso à higiene sanitária se sentem mais confortáveis na escola e têm mais chances de concluírem os estudos, e que para cada ano de estudo há um acréscimo em seu salário. Além disso, mulheres que estudam sete anos ou mais casam quatro anos mais tarde e passam seu conhecimento e força para outras mulheres, além de terem mais força para falar por si mesma e contribuir para sua comunidade.
Você pode contribuir com kits, coletores e mais através da Femme International aquiou comprando os produtos da Days For Girls aqui, que faz esse trabalho também na América Latina.
Foto: Reprodução // Femme International
 
 
Leia a matéria completa em: Como Coletores Menstruais Estão Mudando A Vida Das Mulheres Na África - Geledés https://www.geledes.org.br/como-coletores-menstruais-estao-mudando-a-vida-das-mulheres-na-africa/#ixzz4ApS5wc3b 
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Fonte: https://www.geledes.org.br/como-coletores-menstruais-estao-mudando-a-vida-das-mulheres-na-africa/#ixzz3Y99p2rTG
 
 
** 5 pontos positivos para começar a usar o coletor menstrual
Data: 08/07/2015em: Questões de Gênero
 
Ele virou assunto dos mais comentados na internet, angariou fãs, ganhou até tutoriais em vídeo e despertou o nojinho de muita gente! As brasileiras pioneiras no assunto descobriram o mooncup há cerca de quatro anos, mas foi só em 2015 que o coletor menstrual ficou mais fácil de ser encontrado por aqui e suas vendas deram um salto.Veja os pontos positivos relacionados ao uso do produto:
Por Vânia Goy Do Brasil Pos
1. É confortável e evita odores
Studio shot of an isolated woman hand holding a menstrual cup
Studio shot of an isolated woman hand holding a menstrual cup
Você não vai sentir nada se ele estiver na posição correta. A jornalista Marcella Chartier, 30 anos, de São Paulo, usa o coletor há mais de um ano e hoje nem se lembra de que está com ele. “É muito anatômico e não me sinto úmida nem noto aquele cheiro forte que fica no absorvente.” O tal odor aparece quando o sangue entra em contato com o ar. “Como o coletor cria um vácuo, isso não acontece”, explica a ginecologista Carolina Ambrogini, da Universidade Federal de São Paulo e nossa colunista.
2. Com a prática, não há vazamentos
Studio shot of woman hands holding a standing menstrual cup, on white background.
Studio shot of woman hands holding a standing menstrual cup, on white background.
“A maioria das mulheres não tem noção exata da menstruação, porque a quantidade não fica evidente no absorvente”, diz a ginecologista Taísa Catania, de São Paulo. O segredo do sucesso é acertar na colocação. “No início pode haver vazamentos. Provavelmente, eles vão parecer com o começo do ciclo, quando você dá um pulo no banheiro para checar se ficou menstruada”, diz Taísa. Na fase de teste, coloque um protetor diário na calcinha para prevenir acidentes.
3. É uma boa alternativa para as alérgicas
 
Coceira, espinhas e ardência são algumas das queixas de quem sofre em contato com absorventes. Para parte dessas mulheres, a versão interna é inviável. “Sempre dormia mal durante a menstruação: a minha pele ficava vermelha e irritada”, conta a terapeuta ocupacional Bruna Taño, 30 anos, de São Paulo, que resolveu o perrengue ao optar pelo coletor.
4. Dá para praticar esportes e ter uma noite tranquila de sono
Two menstrual cups isolated on white background. Selective focus and shallow DOF
Two menstrual cups isolated on white background. Selective focus and shallow DOF
Com o coletor, você pode fazer atividade física e também dormir sem medo de manchar a roupa de cama. “Abria mão da ioga durante a menstruação”, diz a chef de cozinha Mariana Pelozzio, 29 anos, de São Paulo. Ela corre, nada e não tolera absorventes internos tradicionais. “Senti que mudou a minha vida quando fui a uma aula menstruada e fiz todas as posturas sem desconforto nem vazamentos.”
5. Inibe o surgimento de infecções
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À primeira vista, usar algo que não é descartável dá certa insegurança. Mas Carolina Ambrogini garante que o coletor é mais do que seguro: você só tem que seguir direitinho as recomendações de higiene. “Ele precisa ser lavado com água e sabonete. Sem a limpeza correta, bactérias podem crescer e causar mau cheiro.” Fabricantes como os do In Ciclo e Me Luna, os mais populares por aqui, ainda recomendam desinfetá-lo à moda antiga: ferva o seu durante cinco minutos depois que a menstruação acabar.
*Feito de silicone flexível, o copinho, para as íntimas, tem forma de sino e, introduzido como um absorvente interno, adere às paredes do canal vaginal e armazena o sangue menstrual. Além de eficiente, é econômico e ecológico: custa cerca de 80 reais, mas é reutilizável e, bem cuidado, pode durar até dez anos.
 
 
Fonte: https://www.geledes.org.br/5-pontos-positivos-para-comecar-a-usar-o-coletor-menstrual/ 
 
** 7 fatos sobre o coletor menstrual para você conhecê-lo melhor
Data: 23/04/2015em: Questões de Gênero
 
Você já ouviu falar do coletor menstrual? O “copinho” consiste em um recipiente, geralmente de silicone ou de algum tipo de plástico, que, inserido na vagina, coleta o sangue menstrual. É uma alternativa aos absorventes externos e internos e que tem ficado cada vez mais popular, principalmente por ser uma opção econômica e ecológica.
Por Nana Soares, do Brasil Post 
A ginecologista e obstetra Halana Faria é entusiasta do coletor e comenta que percebeu um grande aumento no interesse em relação ao produto, se comparado a época em que ela mesma o descobriu, há cerca de sete anos. “Acho fantástico que as mulheres estejam aderindo. É um sinal de que querem conhecer sua menstruação e entrar em um contato mais íntimo com seu ciclo.”
A médica também destaca que o coletor exige uma certa manipulação, já que usá-lo requer tocar-se. “Isso é mexer com um tabu, certo? A menstruação também deixa de ser aquela coisa incômoda, suja, com cheiro ruim e ganha um status positivo, de curiosidade, de autoconhecimento”.
Ficou curiosa? Nós listamos, com a consultoria da ginecologista, alguns fatos sobre o coletor para você conhecê-lo melhor e tirar suas dúvidas:
1. Como funciona
 
O coletor, quando usado corretamente, fica imperceptível no corpo da mulher. Para colocá-lo, a mulher deve dobrar o produto da maneira que preferir e inserir na vagina. Ele pode ser usado na hora de fazer xixi e deve ser esvaziado de 2 a 4 vezes ao dia. Já para tirar, é necessário apertar um pouco o coletor para retirar o vácuo.
Depois de cada ciclo, a recomendação é lavar e ferver o coletor, além de conservá-lo em recipientes arejados e não hermeticamente fechados, que podem facilitar a proliferação de bactérias e fungos. “É normal que ele comece a escurecer um pouco com o uso”, explica Halana Faria.
2. Tem um tamanho certo para o seu corpo
Os coletores estão disponíveis em diversas cores, modelos e tamanhos. Esse último item é essencial: você precisa escolher o mais adequado para você. O copinho no tamanho errado pode causar vazamentos, desconforto e até aumentar o risco de infecção urinária.
Entre os fatores que influenciam o tamanho do coletor estão a vida sexual, se a mulher já passou por parto, por abortamento, o fluxo menstrual e até mesmo a prática de algumas atividades físicas que podem influenciar na musculatura pélvica. Meninas virgens podem usar o coletor, mas há o risco do hímen se romper.
Fora isso, não precisa nem dizer que o coletor é de uso pessoal e intransferível, né?
3. Do que é feito
Os coletores têm composição que varia conforme a marca. Geralmente são de silicone ou do chamado TPE (material semelhante à borracha). Halana Faria aconselha a usuária a escolher um copinho maleável e de qualidade. Também é importante lembrar que, por serem feitos de materiais sintéticos, podem causar alergia.
4. É econômico
 
O preço do coletor pode parecer meio salgado: ele custa entre R$ 60 e R$ 80 reais, geralmente. Mas a vida útil do produto é muito grande: ele pode durar até 10 ou 15 anos se usado corretamente. Considerando o preço dos absorventes, o coletor faz valer o investimento muito cedo.
5. É ecológico
 
Por substituir os absorventes descartáveis (tanto o interno quanto o externo), o coletor menstrual ganhou a fama de ser ecologicamente correto. Apenas um produto vai cuidar da sua menstruação por anos e anos.
6. É higiênico
“O coletor é higiênico e não tem odor. Se a menstruação tem odor desagradável pode ser uma infecção”, alerta a ginecologista Halana Faria. Geralmente, associamos a menstruação a um odor desagradável. Mas muitas vezes esse odor é só o sangue entrando em contato com o ar, processo que é diferente para quem usa o coletor. O descarte do sangue pode se dar no vaso sanitário, pia, ralos e etc.
7. Também tem restrições
 
Como qualquer produto, os coletores também têm restrições de uso. Por exemplo, mulheres no pós-parto não devem usá-lo, assim como ele não pode ser utilizado durante a relação sexual. Quem usa DIU também precisa ficar atenta, já que a combinação do fio e do coletor podem fazer com que o dispositivo se desloque. Em relação à prática esportiva e a dormir com o coletor, não se preocupe: não tem problema nenhum.
Naturalmente, existe o risco de alergia ao material. E ainda, se o coletor for maior do que o ideal para a mulher, existe também a possibilidade dele empurrar a uretra e aumentar o risco de infecção urinária. Tudo isso sem esquecer, é claro, que ele precisa ser higienizado durante o dia.
A dica da médica Halana Faria é: “A mulher deve ficar atenta e perceber alterações como ardência ou coceira. O coletor pode irritar a mucosa da vagina. É preciso estar alerta, mas com bom senso e observação não há riscos maiores”.
 
Fonte https://www.geledes.org.br/7-fatos-sobre-o-coletor-menstrual-para-voce-conhece-lo-melhor/
 
**Coletor menstrual: por que não falamos dele?
Data: 02/09/2015em: Saúde
 
À primeira vista, ele parece um cálice feito de silicone. Embora possa causar estranheza no início, a maioria das mulheres que o experimenta diz que não vive mais sem ele. Mesmo assim, pouca gente o conhece ou já ouviu falar dele.
Por Mariana Fusco Varella, do Drauzio Varella
O coletor menstrual, também chamado de “copinho”, é um dispositivo usado para coletar o sangue menstrual. Ajustável ao corpo, oferece baixo risco de infecções (não há nenhum caso de Síndrome do Choque Tóxico registrado com seu uso, por exemplo), é hipoalergênico, econômico – custa de R$ 85,00 a R$ 150, 00 –  e reutilizável, podendo durar de cinco a dez anos.
Ao contrário do absorvente interno, que precisa ser introduzido no fundo do canal vaginal, o coletor deve ser colocado na entrada da vagina, o que pode causar certo desconforto durante o período de adaptação, que costuma variar de dois a cinco ciclos, em média.
Segundo a doutora Renata Lopes Ribeiro, médica-assistente da Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da FMUSP e membro da equipe de Medicina Fetal do Fleury e da Maternidade São Luiz (SP), é preciso esvaziá-lo a cada 6 a 12 horas, dependendo da intensidade do fluxo menstrual. Para higienizá-lo, basta lavá-lo com água fria e sabão e fervê-lo após o período menstrual. Como o sangue não entra em contato com o ar, o coletor também evita o mau odor, que pode ocorrer com o uso de absorventes externos.
Em geral, as marcas disponíveis no mercado oferecem dois tamanhos de coletores, um para mulheres que não tiveram filhos e outro para as que já tiveram. O dispositivo não está à venda em farmácias, somente pela internet. Sua única restrição de uso vale para quem ainda não teve relações sexuais, pois o hímen pode se romper na hora de introduzir ou retirar o copinho, e para as puérperas (mulheres que tiveram filhos há menos de 40 dias).
“Não existe um tipo de absorvente que seja universalmente melhor para todas as mulheres. É preciso considerar as características do absorvente, assim como o perfil do ciclo menstrual, as preferências e estilo de vida de cada mulher que irá utilizá-lo. É bom saber que existem opções que contemplem as necessidades de cada uma de nós”, salienta a dra. Renata.
Leia Também: Quem usa, recomenda: econômico, seguro e ecológico, coletor menstrual ganha adeptas no Brasil
Com todas essas vantagens, é de se estranhar que pouco se fale a respeito dos coletores. Por que um dispositivo relativamente barato, sustentável (o absorvente externo demora cerca de 100 anos para se degradar na natureza e o interno, mais ou menos um ano), que oferece baixo risco de infecções e mais liberdade à mulher é tão pouco divulgado?
Uma coisa é certa: para usar o coletor, a mulher precisa entrar em contato com o próprio corpo, tocá-lo, conhecê-lo, aceitá-lo. Em uma sociedade em que falar sobre o funcionamento e as necessidades do corpo feminino ainda é tabu, em que mesmo hoje em dia algumas meninas escondem até da mãe, mulher como elas, que menstruaram, é fácil entender por que pouco se fala sobre o dispositivo. Espera-se de nós, mulheres, que lidemos com a menstruação em segredo.
Devemos apoiar toda iniciativa que vise a dar mais liberdade e opção de escolha para a mulher. Cada uma tem um corpo, uma história, e quanto mais alternativas tivermos, melhor. Portanto, é hora de olharmos com mais carinho para elas. E para nós.
*Editora do site Drauzio Varella e do blog Chorumelas
 
 
Leia a matéria completa em: Coletor menstrual: por que não falamos dele? - Geledés https://www.geledes.org.br/coletor-menstrual-por-que-nao-falamos-dele/#ixzz4ApVeuCPJ 
 
Fonte: https://www.geledes.org.br/coletor-menstrual-por-que-nao-falamos-dele/

** Como Coletores Menstruais Estão Mudando A Vida Das Mulheres Na África

Data: 12/04/2015em: Questões de Gênero

 

Você já imaginou que a menstruação pode atrapalhar mulheres e garotas de frequentarem a escola e trabalharem? E eu não estou dizendo isso por causa dos sintomas tradicionais que acompanham esse ciclo mensal como cólica, dor de cabeça e enjoo. Mas sim por conta da falta de condição dessas mães, mulheres e famílias de comprarem absorventes para elas mesmas ou suas filhas, impossibilitando-as de saírem de casa todo mês por, em média, uma semana.

POR MARINA COLERATO, do Mode Fica

Pode parecer loucura para nós, porém essa é a realidade de milhares de mulheres ao redor do mundo, que não só sofrem com o afastamento da sociedade durante o ciclo menstrual, como também com estigmas e tabus socioculturais e riscos à saúde. Um absorvente, coletor menstrual ou tampão interno pode, de fato, mudar a vida dessas mulheres.

Em Mathare, absorventes e produtos de higiene pessoal são caros e fora do alcance financeiro da maioria das famílias. No Quénia, um pacote de absorventes higiênicos custa aproximadamente 50KSH (cerca de R$ 3,90), o que significa metade do salário diário dos trabalhadores de base.

Sendo assim, absorventes são “itens de luxo” e as meninas, na tentativa de se manterem mais tempo possível na escola – em média, a cada três anos são 8 meses perdidos de estudos devido à menstruação, segundo a estimativa do Days For Girls -, usam, no lugar de absorventes, trapos e jornal, ou até mesmo lama e casca de árvores. Métodos ineficazes e desconfortáveis, mas pior do que isso, que ocasionam infecções genitais e doenças.

Pensando em sanar esse problema, uma variedade de organizações sociais estão levando absorventes reutilizáveis para as mulheres que mais precisam deles, porém uma solução ainda melhor foi encontrada: coletores menstruais. Os coletores menstruais são uma forma higiênica, econômica e sustentável de fornecer total liberdade para as mulheres e garotas nessas comunidades. Eles duram 10 anos, são fáceis de serem higienizados e podem ficar no corpo por até 12 horas seguidas.

A organização canadense Femme International trabalha através de educação e distribuição, em um programa destinado a meninas do ensino fundamental em escolas do Quénia e da Tanzania. Através de workshops, a organização ensina as meninas sobre reprodução feminina, ciclo menstrual e como usar o kit Femme. Depois de passar por esse ciclo informativo, as participantes recebem o kit com um coletor menstrual (ou absorventes reutilizáveis, conforme preferirem), um bowl, um espelho, um sabonete e uma toalha.

Apesar dos coletores menstruais ainda não serem muito populares nem nos países desenvolvidos, existem empresas empenhadas em aumentar seu alcance, como é o caso da Ruby Cup. Além do apelo eco-friendly (quantos absorventes usamos e descartamos em 10 anos?), vegan (não há absorventes populares que não sejam testados em animais) e do custo-benefício, os coletores Ruby Cup têm apelo social. “Cada vez que um coletor é vendido para uma mulher no Canadá ou em qualquer outro país através do nosso e-shop, nós doamos um coletor para um dos nossos parceiros, como o Femme International, que ajudam a distribuir esses coletores nas comunidades onde trabalham”, explica Maxie Matthiessen, co-fundadora do Ruby Cup.

Em um primeiro momento, um absorvente ou coletor menstrual pode não parecer tão essencial e até mesmo empoderador, mas conforme vamos descobrindo como seu uso (ou sua ausência) pode transformar a vida de milhares de mulheres ao redor do mundo, vemos o quanto ele é essencial para que a menstruação não seja mais uma barreira de gênero entre tantas que as mulheres já têm que enfrentar diariamente.

Uma pesquisa da organização Days For Girls mostrou que garotas que têm acesso à higiene sanitária se sentem mais confortáveis na escola e têm mais chances de concluírem os estudos, e que para cada ano de estudo há um acréscimo em seu salário. Além disso, mulheres que estudam sete anos ou mais casam quatro anos mais tarde e passam seu conhecimento e força para outras mulheres, além de terem mais força para falar por si mesma e contribuir para sua comunidade.

Você pode contribuir com kits, coletores e mais através da Femme International aquiou comprando os produtos da Days For Girls aqui, que faz esse trabalho também na América Latina.

Foto: Reprodução // Femme International

Fonte: https://www.geledes.org.br/como-coletores-menstruais-estao-mudando-a-vida-das-mulheres-na-africa/#ixzz3Y99p2rTG

 

** 5 pontos positivos para começar a usar o coletor menstrual

Data: 08/07/2015em: Questões de Gênero

 

Ele virou assunto dos mais comentados na internet, angariou fãs, ganhou até tutoriais em vídeo e despertou o nojinho de muita gente! As brasileiras pioneiras no assunto descobriram o mooncup há cerca de quatro anos, mas foi só em 2015 que o coletor menstrual ficou mais fácil de ser encontrado por aqui e suas vendas deram um salto.Veja os pontos positivos relacionados ao uso do produto:

Por Vânia Goy Do Brasil Pos

1. É confortável e evita odores

Você não vai sentir nada se ele estiver na posição correta. A jornalista Marcella Chartier, 30 anos, de São Paulo, usa o coletor há mais de um ano e hoje nem se lembra de que está com ele. “É muito anatômico e não me sinto úmida nem noto aquele cheiro forte que fica no absorvente.” O tal odor aparece quando o sangue entra em contato com o ar. “Como o coletor cria um vácuo, isso não acontece”, explica a ginecologista Carolina Ambrogini, da Universidade Federal de São Paulo e nossa colunista.

2. Com a prática, não há vazamentos

“A maioria das mulheres não tem noção exata da menstruação, porque a quantidade não fica evidente no absorvente”, diz a ginecologista Taísa Catania, de São Paulo. O segredo do sucesso é acertar na colocação. “No início pode haver vazamentos. Provavelmente, eles vão parecer com o começo do ciclo, quando você dá um pulo no banheiro para checar se ficou menstruada”, diz Taísa. Na fase de teste, coloque um protetor diário na calcinha para prevenir acidentes.

3. É uma boa alternativa para as alérgicas

Coceira, espinhas e ardência são algumas das queixas de quem sofre em contato com absorventes. Para parte dessas mulheres, a versão interna é inviável. “Sempre dormia mal durante a menstruação: a minha pele ficava vermelha e irritada”, conta a terapeuta ocupacional Bruna Taño, 30 anos, de São Paulo, que resolveu o perrengue ao optar pelo coletor.

4. Dá para praticar esportes e ter uma noite tranquila de sono

Com o coletor, você pode fazer atividade física e também dormir sem medo de manchar a roupa de cama. “Abria mão da ioga durante a menstruação”, diz a chef de cozinha Mariana Pelozzio, 29 anos, de São Paulo. Ela corre, nada e não tolera absorventes internos tradicionais. “Senti que mudou a minha vida quando fui a uma aula menstruada e fiz todas as posturas sem desconforto nem vazamentos.”

5. Inibe o surgimento de infecções

À primeira vista, usar algo que não é descartável dá certa insegurança. Mas Carolina Ambrogini garante que o coletor é mais do que seguro: você só tem que seguir direitinho as recomendações de higiene. “Ele precisa ser lavado com água e sabonete. Sem a limpeza correta, bactérias podem crescer e causar mau cheiro.” Fabricantes como os do In Ciclo e Me Luna, os mais populares por aqui, ainda recomendam desinfetá-lo à moda antiga: ferva o seu durante cinco minutos depois que a menstruação acabar.

*Feito de silicone flexível, o copinho, para as íntimas, tem forma de sino e, introduzido como um absorvente interno, adere às paredes do canal vaginal e armazena o sangue menstrual. Além de eficiente, é econômico e ecológico: custa cerca de 80 reais, mas é reutilizável e, bem cuidado, pode durar até dez anos.

 

 

Fonte: https://www.geledes.org.br/5-pontos-positivos-para-comecar-a-usar-o-coletor-menstrual/ 

 

** 7 fatos sobre o coletor menstrual para você conhecê-lo melhor

Data: 23/04/2015em: Questões de Gênero

 

Você já ouviu falar do coletor menstrual? O “copinho” consiste em um recipiente, geralmente de silicone ou de algum tipo de plástico, que, inserido na vagina, coleta o sangue menstrual. É uma alternativa aos absorventes externos e internos e que tem ficado cada vez mais popular, principalmente por ser uma opção econômica e ecológica.

Por Nana Soares, do Brasil Post 

A ginecologista e obstetra Halana Faria é entusiasta do coletor e comenta que percebeu um grande aumento no interesse em relação ao produto, se comparado a época em que ela mesma o descobriu, há cerca de sete anos. “Acho fantástico que as mulheres estejam aderindo. É um sinal de que querem conhecer sua menstruação e entrar em um contato mais íntimo com seu ciclo.”

A médica também destaca que o coletor exige uma certa manipulação, já que usá-lo requer tocar-se. “Isso é mexer com um tabu, certo? A menstruação também deixa de ser aquela coisa incômoda, suja, com cheiro ruim e ganha um status positivo, de curiosidade, de autoconhecimento”.

Ficou curiosa? Nós listamos, com a consultoria da ginecologista, alguns fatos sobre o coletor para você conhecê-lo melhor e tirar suas dúvidas:

1. Como funciona

 

O coletor, quando usado corretamente, fica imperceptível no corpo da mulher. Para colocá-lo, a mulher deve dobrar o produto da maneira que preferir e inserir na vagina. Ele pode ser usado na hora de fazer xixi e deve ser esvaziado de 2 a 4 vezes ao dia. Já para tirar, é necessário apertar um pouco o coletor para retirar o vácuo.

Depois de cada ciclo, a recomendação é lavar e ferver o coletor, além de conservá-lo em recipientes arejados e não hermeticamente fechados, que podem facilitar a proliferação de bactérias e fungos. “É normal que ele comece a escurecer um pouco com o uso”, explica Halana Faria.

2. Tem um tamanho certo para o seu corpo

Os coletores estão disponíveis em diversas cores, modelos e tamanhos. Esse último item é essencial: você precisa escolher o mais adequado para você. O copinho no tamanho errado pode causar vazamentos, desconforto e até aumentar o risco de infecção urinária.

Entre os fatores que influenciam o tamanho do coletor estão a vida sexual, se a mulher já passou por parto, por abortamento, o fluxo menstrual e até mesmo a prática de algumas atividades físicas que podem influenciar na musculatura pélvica. Meninas virgens podem usar o coletor, mas há o risco do hímen se romper.

Fora isso, não precisa nem dizer que o coletor é de uso pessoal e intransferível, né?

3. Do que é feito

Os coletores têm composição que varia conforme a marca. Geralmente são de silicone ou do chamado TPE (material semelhante à borracha). Halana Faria aconselha a usuária a escolher um copinho maleável e de qualidade. Também é importante lembrar que, por serem feitos de materiais sintéticos, podem causar alergia.

4. É econômico

 

O preço do coletor pode parecer meio salgado: ele custa entre R$ 60 e R$ 80 reais, geralmente. Mas a vida útil do produto é muito grande: ele pode durar até 10 ou 15 anos se usado corretamente. Considerando o preço dos absorventes, o coletor faz valer o investimento muito cedo.

5. É ecológico

 

Por substituir os absorventes descartáveis (tanto o interno quanto o externo), o coletor menstrual ganhou a fama de ser ecologicamente correto. Apenas um produto vai cuidar da sua menstruação por anos e anos.

6. É higiênico

“O coletor é higiênico e não tem odor. Se a menstruação tem odor desagradável pode ser uma infecção”, alerta a ginecologista Halana Faria. Geralmente, associamos a menstruação a um odor desagradável. Mas muitas vezes esse odor é só o sangue entrando em contato com o ar, processo que é diferente para quem usa o coletor. O descarte do sangue pode se dar no vaso sanitário, pia, ralos e etc.

7. Também tem restrições

 

Como qualquer produto, os coletores também têm restrições de uso. Por exemplo, mulheres no pós-parto não devem usá-lo, assim como ele não pode ser utilizado durante a relação sexual. Quem usa DIU também precisa ficar atenta, já que a combinação do fio e do coletor podem fazer com que o dispositivo se desloque. Em relação à prática esportiva e a dormir com o coletor, não se preocupe: não tem problema nenhum.

Naturalmente, existe o risco de alergia ao material. E ainda, se o coletor for maior do que o ideal para a mulher, existe também a possibilidade dele empurrar a uretra e aumentar o risco de infecção urinária. Tudo isso sem esquecer, é claro, que ele precisa ser higienizado durante o dia.

A dica da médica Halana Faria é: “A mulher deve ficar atenta e perceber alterações como ardência ou coceira. O coletor pode irritar a mucosa da vagina. É preciso estar alerta, mas com bom senso e observação não há riscos maiores”.

 

Fonte https://www.geledes.org.br/7-fatos-sobre-o-coletor-menstrual-para-voce-conhece-lo-melhor/

 

**Coletor menstrual: por que não falamos dele?

Data: 02/09/2015em: Saúde

 

À primeira vista, ele parece um cálice feito de silicone. Embora possa causar estranheza no início, a maioria das mulheres que o experimenta diz que não vive mais sem ele. Mesmo assim, pouca gente o conhece ou já ouviu falar dele.

Por Mariana Fusco Varella, do Drauzio Varella

O coletor menstrual, também chamado de “copinho”, é um dispositivo usado para coletar o sangue menstrual. Ajustável ao corpo, oferece baixo risco de infecções (não há nenhum caso de Síndrome do Choque Tóxico registrado com seu uso, por exemplo), é hipoalergênico, econômico – custa de R$ 85,00 a R$ 150, 00 –  e reutilizável, podendo durar de cinco a dez anos.

Ao contrário do absorvente interno, que precisa ser introduzido no fundo do canal vaginal, o coletor deve ser colocado na entrada da vagina, o que pode causar certo desconforto durante o período de adaptação, que costuma variar de dois a cinco ciclos, em média.

Segundo a doutora Renata Lopes Ribeiro, médica-assistente da Clínica Obstétrica do Hospital das Clínicas da FMUSP e membro da equipe de Medicina Fetal do Fleury e da Maternidade São Luiz (SP), é preciso esvaziá-lo a cada 6 a 12 horas, dependendo da intensidade do fluxo menstrual. Para higienizá-lo, basta lavá-lo com água fria e sabão e fervê-lo após o período menstrual. Como o sangue não entra em contato com o ar, o coletor também evita o mau odor, que pode ocorrer com o uso de absorventes externos.

Em geral, as marcas disponíveis no mercado oferecem dois tamanhos de coletores, um para mulheres que não tiveram filhos e outro para as que já tiveram. O dispositivo não está à venda em farmácias, somente pela internet. Sua única restrição de uso vale para quem ainda não teve relações sexuais, pois o hímen pode se romper na hora de introduzir ou retirar o copinho, e para as puérperas (mulheres que tiveram filhos há menos de 40 dias).

“Não existe um tipo de absorvente que seja universalmente melhor para todas as mulheres. É preciso considerar as características do absorvente, assim como o perfil do ciclo menstrual, as preferências e estilo de vida de cada mulher que irá utilizá-lo. É bom saber que existem opções que contemplem as necessidades de cada uma de nós”, salienta a dra. Renata.

Com todas essas vantagens, é de se estranhar que pouco se fale a respeito dos coletores. Por que um dispositivo relativamente barato, sustentável (o absorvente externo demora cerca de 100 anos para se degradar na natureza e o interno, mais ou menos um ano), que oferece baixo risco de infecções e mais liberdade à mulher é tão pouco divulgado?

Uma coisa é certa: para usar o coletor, a mulher precisa entrar em contato com o próprio corpo, tocá-lo, conhecê-lo, aceitá-lo. Em uma sociedade em que falar sobre o funcionamento e as necessidades do corpo feminino ainda é tabu, em que mesmo hoje em dia algumas meninas escondem até da mãe, mulher como elas, que menstruaram, é fácil entender por que pouco se fala sobre o dispositivo. Espera-se de nós, mulheres, que lidemos com a menstruação em segredo.

Devemos apoiar toda iniciativa que vise a dar mais liberdade e opção de escolha para a mulher. Cada uma tem um corpo, uma história, e quanto mais alternativas tivermos, melhor. Portanto, é hora de olharmos com mais carinho para elas. E para nós.

*Editora do site Drauzio Varella e do blog Chorumelas

Fonte: https://www.geledes.org.br/coletor-menstrual-por-que-nao-falamos-dele/